Mandarim e negócios: como o idioma chinês ajuda a empreender

Empresário e escritor de Santos que viveu na China por mais de dez anos diz que o mandarim é importante para o exportador.

Empresário e escritor de Santos fala sobre a importância do idioma
Foto: Divulgação
Empresário e escritor de Santos fala sobre a importância do idioma


Mandarim , o idioma chinês, é o que tem mais falantes nativos em todo o mundo: são 918 milhões. O número passa de um bilhão quando é somado aos falantes de mandarim com língua estrangeira, tornando-se o segundo idioma mais falado do mundo.

Em um cenário "made in China" mais que estabelecido, onde o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil, muitos empreendedores se perguntam: preciso aprender mandarim para comprar da China? Para responder essa pergunta, consultamos o especialista Lincoln Fracari, diretor da China Link Trading, maior empresa de consultoria em importações Brasil e China, para explicar a importância do idioma.

Depois de viver mais de dez anos lá e trabalhar na área, ele diz depende: "Se você é comprador da China, o mandarim é um luxo ou um diferencial pra se aproximar do fornecedor". Ele acalma os ânimos de quem tem interesse em fazer negócios com os chineses: "A grande maioria tem um vendedor que fala inglês. A conversa fica mais restrita, mas dá pra resolver tudo!".

O cenário muda se você é vendedor: "Se a ideia é exportar, é fazer o chinês comprar sua mercadoria; aí o mandarim e conhecimento de cultura são essenciais!", completa o empresário que teve facilidade com o idioma, mas que se dedicou bastante.


Livro conta curiosidades de uma jornada na China


Sem emprego em vista, o brasileiro Lincoln Fracari deixou o país e seguiu para a China. Depois de muita dedicação - e alguns perrengues, como toda boa história -, o empresário começou a dar aulas de português para chineses. Em seu livro recém lançado "Importador profissional - O caminho para a importação da China", o empresário, e agora também escritor, conta sobre os aprendizados numa cultura totalmente diferente da nossa: "Trabalhei em casas noturnas, dei aulas, fui vítima de golpes imobiliários e até preso por dirigir sem carteira de habilitação", conta Lincoln.

Empenho, dedicação e estudo fizeram o empreendedor abrir a própria empresa e se tornar diretor executivo da maior consultoria de importação que emprega mais de 200 pessoas pelo mundo. A publicação vai muito além de negócios e trata também sobre a história de vida do profissional, o ponto de partida da mudança de vida e sobre cultura oriental. O livro está disponível somente no site Amazon.

Microempreendedor: compensa importar da China?


Parece coisa de outro mundo, mas não é. Produtos chineses fazem parte do nosso cotidiano - e não é de hoje, tanto que faz muitos anos que a expressão "Made in China" é conhecida por aqui. "Pare e pense, basicamente todos os componentes para montar os móveis que você está sentado são da China. Os fios da sua camisa, calça, botões, celular e computador que você está usando para ler isso, a tela, fone; tudo é produzido na China!", diz Lincoln. Partindo desse pressuposto, dá pra perceber que existe demanda. Entre comprar de um fornecedor brasileiro e de um chinês, não importa se você é pequeno, médio ou grande empreendedor, Lincoln Fracari diz que compensa comprar da China, uma vez que o fornecedor local vai fazer isso para revender no Brasil. Além do que, atualmente o serviço de consultoria resolve tudo para o comprador.