Os munícipes são escolhidos aleatoriamente e fazem o teste de forma voluntária
Marcelo Martins/ Prefeitura de Santos
Os munícipes são escolhidos aleatoriamente e fazem o teste de forma voluntária


O estudo que mapeia a disseminação da Covid-19, em Santos, será ampliado, por tempo indeterminado, enquanto for necessário o suporte desse levantamento de cunho científico para a tomada de decisões em tempos de pandemia.

O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (27) por Rogério Santos, presidente do Conselho da Fundação Parque Tecnológico de Santos (FTPS) e um dos coordenadores do estudo Epicobs – Epidemiologia da Covid-19 na Região Metropolitana da Baixada Santista.

“A pesquisa é um importante indicador que mostra o avanço do vírus, além de monitorar a efetividade das ações de isolamento e de proteção. A partir da leitura dos resultados quinzenais, é possível adotar as estratégias adequadas para aquele momento da pandemia, seja em relação à economia, saúde ou assistência social. Continuaremos a pesquisa enquanto não houver um declínio significativo nos casos de covid-19 na cidade de Santos”, destaca Rogério.

A metodologia continuará a mesma: a cada 15 dias, equipes de enfermagem e agentes comunitários de saúde percorrerão as ruas da Cidade convidando os munícipes que a se voluntariarem no estudo. Os participantes são definidos previamente, de forma aleatória, por um sistema informatizado: as equipes que realizam as coletas recebem uma lista com localidades a serem visitadas e o perfil do voluntário para aquele local, por sexo e idade.

Após o consentimento do munícipe, é feito o teste rápido que, em 15 minutos, identifica a presença de anticorpos para o novo coronavírus, caso a pessoa já tenha tido covid-19.

Nesta quarta-feira (27), o estudo capitaneado pela FPTS em toda a Baixada Santista, com apoio de 40 universidades, entrou na terceira etapa, das quatro inicialmente previstas. A ampliação da pesquisa por tempo indeterminado nos demais municípios da Baixada Santista será discutida no âmbito do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb).

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MEDIDAS EFETIVAS

Rogério Santos destaca que as duas primeiras etapas do Epicobs permitiram aos munícipios da Baixada Santista verificar que o aumento na disseminação da covid-19 na região ocorreu de forma gradativa e não comprometeu a rede pública de saúde.

Na primeira fase do levantamento, 1,41% dos moradores da Baixada Santista já haviam contraído a covid-19. Uma quinzena depois, o número subiu para 2,2% - aumento de quase 60%, mas que não gerou colapso na assistência médico-hospitalar.

“Há municípios no Pará em que o vírus já atingiu cerca de 25% da população e o sistema de saúde não suportou a demanda. Na Baixada Santista, houve um crescimento significativo, porém controlado, mostrando que o isolamento social, as ações para prevenir aglomerações, o uso obrigatório de máscaras e a conscientização em torno das medidas de higiene estão sendo efetivas”.

Terceira etapa

Nesta quarta-feira (27), foi iniciada a coleta das 609 amostras, via teste rápido, para a terceira etapa da pesquisa. Um dos primeiros munícipes a participar foi o gerente de condomínio Eder Dantas que, devido à função que desempenha, não pôde alterar a rotina. Todos os dias sai de casa para o trabalho.

“Estou mais vulnerável pela necessidade de sair, mas prezo pelos cuidados para não contaminar a minha família. A testagem ajuda a verificar se é o momento de flexibilizar o isolamento social de maneira cautelosa”, afirma.

Aos 79 anos, a aposentada Isaura dos Santos André também se tornou uma das voluntárias do estudo. “Gostei de participar para saber se já tive ou não a doença, porque eu me preocupo, mesmo saindo pouco na rua”.

Ambos apresentaram resultado negativo no teste rápido, indicando que não foram infectados pelo novo coronavírus. Ao final da participação, foram orientados pela equipe da pesquisa a manterem as medidas de precaução para evitar que se contaminem, utilizando máscaras ao sair na rua e mantendo a higiene das mãos.

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