O navio ficou sem combustível em águas brasileiras
Divulgação/ Assessoria
O navio ficou sem combustível em águas brasileiras


Foi realizada a troca de tripulação do navio panameño Srakane na manhã deste domingo (26). Os brasileiros subiram a bordo, assumindo o lugar dos ucranianos, que retornam ao país de origem após meses em alto mar, enfrentando escassez de alimentos, água potável e com atrasos salariais.

A solução só ocorreu após uma decisão firmada entre as autoridades brasileiras e a CBA Trading - Exportação de Produtos Agrícolas, por meio de um de seus sócios, João Carlos Camisa Nova Júnior. A empresa santista, que não tinha qualquer vínculo com a embarcação, decidiu arcar com os custos de toda a operação e quitação de débitos, para assegurar aos envolvidos a dignidade humana.

Na embarcação, além da tripulação brasileira, permanecem o capitão Krsto Dabivic, da Croácia, e o segundo comandante Alen Babovic, de Montenegro. Ambos firmaram contrato com a CBA Trading, para continuar à frente do navio.

Entenda o caso

A solução encontrada pela empresa começou a ser desenvolvida no último dia 28. Na ocasião, a CBA Trading tinha a necessidade de encontrar um navio, para a realização da transportação de carga. Chegou, então, a sugestão de afretar o Srakane.

Na data citada, em uma vistoria, os sócios da empresa subiram a bordo e encontraram uma circunstância muito delicada: escassez de alimentos (rancho) e água potável.

Além disso, tiveram acesso à informação de que o armador do navio não conseguiu arcar com os custos da operação, o que acarretou em problemas na documentação. Por fim, os salários dos tripulantes estavam com atraso de aproximadamente sete meses.

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Ao se inteirarem da situação, os proprietários da empresa souberam que os problemas encarados pelos ucranianos passaram pelas dificuldades geradas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Isso porque o navio tentou ancorar em países europeus e na África. Em todos, a entrada foi negada por conta do combate à doença.

Ficando sem combustível, o navio foi trazido ao Brasil. Em Salvador (BA), foi permitido reabastecer, mas não foi autorizada a atracação. Diante disso, o Srakane rumou para São Sebastião, onde estacionou e permaneceu parado.

De lá, a tripulação pediu ajuda - foi emitido um may day para o ITS. Isso foi feito por conta da falta de combustível e de alimento.

Diante de tudo isso, comovidos, os sócios da CBA Trading se interessaram em ajudar os envolvidos. Assim, decidiram, por conta própria, assumir os débitos, garantido a volta destes profissionais em segurança ao seu país de origem.

Deste modo, após reuniões com órgãos como Receita Federal, Ministério Público e Marinha do Brasil, entre outros, a empresa santista tomou frente da situação - inclusive, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Foram pagos todos os atrasados e também efetuada a regularização da documentação. As ações tiveram custo de, aproximadamente, US$ 300 mil dólares americanos (cerca de R$ 1,6 milhão na cotação atual).

Por fim, foi providenciada a volta dos ucranianos, sem qualquer custo para os profissionais. A volta também foi paga pela CBA Trading.

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