Estado abandona obra de hospital em Peruíbe (SP)
Divulgação / Prefeitura de Peruíbe
Estado abandona obra de hospital em Peruíbe (SP)


A Baixada Santista poderia ter outros 100 leitos à disposição dos moradores da Região para o tratamento de covid-19 e outras doenças. Mas os prefeitos esperam respostas do Governo do Estado... E não é de hoje.

Peruíbe

Desde 2014, a cidade, que tem aproximadamente 69 mil habitantes, aguarda a construção do Hospital Municipal, de três pavimentos, prometido pelo Governo do Estado. Já são 7 anos de espera desde a primeira assinatura do convênio. Enquanto isso, o município do litoral paulista precisa internar seus doentes de covid-19 em leitos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade; no município vizinho, em Itanhaém (SP); e em 12 hospitais da Região e do Estado.

Promessas...

Em 2017, a obra do Hospital de Peruíbe estava paralisada e foi retomada. A construção da 1ª fase foi concluída em 2019, quando foi anunciada pelo Governo do Estado a liberação de R$ 18 milhões para o término do prédio. E, desde então, nem R$ 1,00 foi liberado, segundo a Prefeitura. Devido a essa morosidade, quando finalmente este montante - que inevitavelmente terá de ser atualizado - estiver no caixa peruibense, uma nova licitação para contratar uma empresa de engenharia será aberta. E aí virão novos prazos...

E mais promessas

Por causa disso, o munícipe de Peruíbe que precisa de atendimento é recebido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas da cidade. Ela fica no mesmo quarteirão da obra do hospital, onde há um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) municipal, que também foi prometido pelo então candidato João Doria, hoje governador do Estado, de que o local seria 'estadualizado', aumentando o número de especialidades. Com essas três unidades, Peruíbe teria o sonhado 'Quarteirão da Saúde', facilitando a transferência de pacientes para as unidades próximas, de acordo com cada necessidade, e atendendo também a cidades do Vale do Ribeira, região vizinha da Baixada Santista.

Enquanto isso...

Nas últimas semanas, com o aumento de internações, a Prefeitura deixou a UPA destinada apenas para atendimentos confirmados e/ou suspeitos de covid-19. Os demais atendimentos, que eram feitos na UPA, ocorrem agora no AME (unidade ao lado).

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Fé na promessa

Procurado pela Coluna, o prefeito de Peruíbe, Luiz Mauricio, que é do mesmo partido de Doria, o PSDB, disse que está cobrando constantemente os setores responsáveis do Estado. "Ao mesmo tempo, também entendemos que o momento da pandemia acabou adiando todos os projetos e os planejamentos. Mas acreditamos e confiamos tanto no Estado, quanto no governador, de que esse recurso será liberado em breve."

Apoio federal

A deputada federal Rosana Valle (PSB) também vai cobrar o governo paulista para esse hospital - finalmente - sair do papel. "A comunidade vive, diariamente, o drama da falta de leitos na nossa Região. Vou solicitar providências do Estado para a continuidade desta obra tão esperada".

Pega a caneta...

Outra cidade da Baixada Santista que vive a novela em que o Estado parece não querer ser o protagonista é São Vicente, a primeira Vila do Brasil. O prefeito Kayo Amado (PODE) já solicitou várias vezes que o governo estadual assuma a gestão do Pronto Atendimento (PA) da Linha Vermelha, que está com a obra pronta desde a gestão do antecessor, o ex-prefeito Pedro Gouvêa (MDB), para receber os primeiros pacientes. A ideia de Amado é que o Estado transforme o PA em um hospital de campanha durante a pandemia de coronavírus (covid-19). Hoje, a rede de saúde municipal está no vermelho. Ao todo, 84% dos leitos de enfermaria estão ocupados; e os de UTI já atingiram 100% da capacidade.

...E assume?

No último dia 25, o prefeito entregou os documentos solicitados pelo Estado para a viabilização do convênio. Mas, até agora, ninguém das bandas do Palácio dos Bandeirantes retornou. É mais um chefe do Executivo que aguarda, ansiosamente, pelo sinal verde estadual.

Ainda não

Sobre São Vicente, a Secretaria de Estado da Saúde informou que “aguarda estudos sobre a viabilidade e necessidades do município, indicando onde os novos leitos poderão funcionar”. E disse que o “Governo do Estado pode auxiliar no custeio dos leitos, por meio da seguinte referência preconizada pelo Ministério da Saúde: R$ 300, para Enfermaria, R$ 480, para Ventilação Pulmonar, e R$ 1,6 mil para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a disponibilização pelo sistema 'fundo a fundo'".
A pasta também explicou que “repassou para serem aplicados no SUS da Baixada Santista mais de R$ 1,5 bilhão em 2020”. Especificamente para Peruíbe foram destinados R$ 21,6 milhões; e outros R$120,6 milhões para São Vicente.

Seguimos à espera

A respeito da continuidade das obras do Hospital Municipal de Peruíbe, o órgão estadual não informou quando serão concluídas.

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