
Um grupo com mais de 200 pessoas , entre alunos, ex-alunos e corpo discente da Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS) da Fundação Lusíada (Unilus) esteve reunido na tarde desta terça-feira (18), realizando passeata em protesto ao rompimento da parceria entre o Hospital Guilherme Álvaro (HGA) e a FCMS. Os manifestantes, que se concentraram na Rua Dr. Oswaldo Cruz, caminharam pacificamente até a Rua Armando Salles de Oliveira, em frente ao campus 1 da Unilus, em Santos .
A mobilização é um protesto contra o fim abrupto da parceria da Faculdade de Ciências Médicas de Santos com o Hospital Guilherme Álvaro (HGA), firmada por meio de convênio na década de 1970.
Ex-aluno da FCMS e membro da Associação de ex-alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, o médico Dr. Sergio Cagno participou da passeata. Ele questiona o fim repentino do convênio, bem como a nova parceria, feita com a Universidade UNAERP – Guarujá. “Não entendemos porque a FCMS foi retirada do HGA, que é o seu hospital-escola há quase 50 anos”.
Uma licitação aberta pela diretoria do hospital, que é ligado ao Governo de São Paulo, foi vencida pela instituição guarujaense e deu origem a todo o problema. A concorrência pública foi aberta mesmo com a Unilus cumprindo com todos os requisitos para manutenção do convênio que durava quase de meio século.
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Ontem (17/01), alunos do quinto e sexto ano, que fazem internato, foram proibidos de entrar no local. Estudantes de outros anos, que estiveram no espaço para observar a rotina médica, também não puderam acessar o HGA.
“O fato de não haver quaisquer falhas que motivassem a abertura de um processo licitatório gerou estranheza na Unilus e em seus alunos”, afirmou Dr. Cagno, ressaltando que, sem respostas das autoridades e do HGA, os alunos seguem impedidos de entrar no local.
O prejuízo para os médicos em formação é enorme, ressalta Dr. Cagno. “O internato é o período em que os alunos de 5° e 6° ano atendem diretamente os pacientes no hospital, tendo contato direto com a comunidade e fazendo o primeiro atendimento do SUS e acompanhamento dos internados. É uma fase importantíssima da formação do estudante de medicina. Não sabemos onde eles poderão fazer o treinamento, prejudicando a formação desses médicos e de futuros médicos”.
Trabalho e investimentos
A parceria entre HGA e FCMS começou em 1973. Desde então, o espaço se tornou um hospital-escola. Durante as quase cinco décadas, a Fundação Lusíada investiu no HGA, realizando obras que contribuíram para a consolidação do local como um polo de saúde do Estado. Doações também ocorreram, para auxílio do hospital.
Graças aos investimentos e ao internato, o espaço cresceu e, hoje, atende cerca de 25 mil pessoas por mês (todos oriundos do Sistema Único de Saúde, o SUS).